terça-feira, 25 de outubro de 2011

Volkswagen pode assumir liderança mundial na venda de carros ainda este ano



O grupo Volkswagen -- que inclui, além da marca mãe, Audi, Bentley, Bugatti, Lamborghini, Seat, Skoda, Scania, VW Veículos Comerciais e, ainda em processo de concretização, a Porsche -- tinha a ambiciosa meta de assumir a liderança mundial de venda de carros até o ano de 2018. Segundo as agências de notícias "Automotive News" e "Bloomberg", porém, o conglomerado alemão pode terminar 2011 já na primeira posição, ultrapassando a americana General Motors e a japonesa Toyota, que de atual líder deve cair para o terceiro lugar. O que vai acontecer a partir daí é uma incógnita, mas algumas fontes apontam que a marca pode antecipar seus planos de consolidação da conquista global em três anos (em 2015, portanto).

A informação, baseada em cálculos de analistas de mercado da J.D. Power e PricewaterhouseCoopers, aponta que as vendas gerais do grupo Volks devem crescer 13% em relação a 2010, somando 8,1 milhões de unidades até o final do ano. A rival GM também deve ter crescimento expressivo, por volta de 8%, chegando a 7,5 milhões de unidades e alcançando a segunda posição global, apenas um ano após se recuperar da concordata.

A Toyota, por sua vez, amargará queda de 9%, com um total de 7,2 milhões de unidades, afetada por falhas que levaram à enorme sequência de recalls em todo mundo, pelo trio terremoto/tsunami/desastre nuclear, que interrompeu a produção no Japão no começo de ano, e pelas inundações na Tailândia, que reduziram a produção do sudeste asiático mais recentemente.


A agência americana IHS Automotive, diverge e crê num cenário alternativo no qual a GM, impulsionada pela força das vendas na China, pode deixar Volks e Toyota para trás.

Só para lembrar, em 2010 a Toyota vendeu 8,4 milhões de veículos, contra 7,5 milhões da GM e 7,1 milhões da Volkswagen.

A força dos emergentes

Dois desastres naturais no Japão, um na Tailândia e uma monumental falha de confiabilidade em todo o mundo podem servir de justificativa para a queda da Toyota, mas a chave da reviravolta no ranking global de vendas está no sucesso dos competidores nos mercados emergentes, bola-da-vez quando o assunto é venda de carros.

O presidente da GM Dan Akerson havia dito em discurso, no último mês de setembro, que o foco da fabricante americana estava voltado para os mercados de China, Brasil e Índia, que ajudarão a marca a crescer 3,5% este ano. A China, por exemplo, deve comprar 2 milhões de carros das marcas Buick e Chevrolet até o final de dezembro. Para 2012, os americanos esperam crescer outros 6,5%, contando também com o empuxo da renovação de linha no Brasil.

A Volkswagen, por sua vez, adotou um planejamento que inclui investimentos de 76,5 bilhões de euros (R$ 190 bilhões) até 2016, válidos para todos os seus mercados de atuação, exceto a China. Isso porque no país do socialismo de mercado, que já é o maior consumidor de carros do mundo (em 2010, foram compradas 18 milhões de unidades no geral, marca que deve ser superada este ano), a Volks e suas joint-ventures locais devem investir outros 14 bilhões de euros (R$ 34,5 bilhões).

Com isso, os alemães projetam crescer 5% este ano, chegando a 7,2 milhões de unidades vendidas em todo mundo até dezembro. A diferença de 300 mil unidades entre a estimativa da fábrica e a dos analistas, no entanto, pode ser tirada pelo bom desempenho no BRIC (que além de Brasil, Índia e China inclui também a Rússia) e no boom do mercado premium -- a Audi já ultrapassou a Mercedes-Benz como segunda marca entre os consumidores de carros de luxo, perdendo apenas para a BMW.

2012


De acordo com a IHS Automotive, a Toyota pode recuperar a ponta em 2012 -- com o retorno da força total de produção em todas as suas fábricas, o grupo japonês poderia entregar 8,4 milhões de unidades no próximo ano, superando a VW por 500 mil unidades.

A J.D. Power, no entanto, discorda (outra vez) da IHS a aponta que a Volks deve manter-se à frente da Toyota em 2012, vendendo meras 50 mil unidades a mais.

Pelo visto, a briga nos próximos anos promete ser boa, se o mundo não acabar antes.

Fonte: Carros UOL

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