Campeões de Venda no Brasil em todas as categorias – primeiros lugares – desde 1959:
Anos | Marca | Modelo | Tempo na liderança |
1959 a 1982 | VolksWagen | Fusca | 23 anos |
1983 | Chevrolet | Chevette | 1 ano |
1984 a 1986 | Chevrolet | Monza | 3 anos |
1987 a 2010 | VolksWagen | Gol | 24 anos |
Para ajudar a entender os cenários em que os modelos acima foram campeões e também quem eram seus concorrentes, vamos a um resumo do mercado de automóveis e utilitários por década, dos anos 50 até os dias de hoje.
1951 a 1960 – O BR estava na era Juscelino Kubitscheck (1956 a 1961) que foi um incentivador da indústria automobilística no Brasil. Nesta década, havia os VW Fusca e Kombi 1200, Karmann Ghia, DKW-Vemag motor dois tempos, Simca, Willys Overland e importados americanos e europeus de décadas anteriores, FNM-Alfa Romeo e os primeiros Toyota Bandeirante feitos aqui. Ford e GM já montavam utilitários, como furgões, camionetas e caminhões com peças vindas de fora.
1961 a 1970 – Surgem VW Variant e VW 1600 4 portas (Zé do Caixão) , VW TL e Fusca 1500 (Fuscão), Ford Corcel, Chevrolet Opala, Willys Dauphine e Gordini, Karmann Ghia TC e Puma. Em 1969 é inaugurada a Gurgel. Picapes Ford, Dodge e Chevrolet (incluindo a Veraneio) também estavam disponíveis.Ford lança o grande e luxuoso Galaxy / LTD e Willys oferecia Aero e Itamaraty. Na política, inicia-se a ditadura militar em 1964.
1971 a 1980 – Surgem Brasília, Variant II e o inovador VW Passat 1500 a água com tração dianteira; alguns anos depois ele ganha o 1600 . Vêm também os esportivos VW SP1 e SP2. Chega a Fiat em 1976 com o 147. Em maio de 1980 é lançado o Gol 1300 a ar com tração dianteira. Mais modelos da Gurgel. Chevrolet Chevette é a grande novidade da Chevrolet na década. Caravan aparece no meio da década. Belina 1 e novas versões do Corcel são as novidades da Ford. Um carro médio interessante e bem acabado foi o Dogde Polara 1.8 (Dodginho), com opção de câmbio automático. Década dos verdadeiros esportivos e dos luxuosos, como Maverick, Opala e Caravan SS, Landau e os Dodge Charger, Dart, Magnum e Grand Sedan.
1981 a 1990 – Muitas novidades desde o comecinho da década. E o álcool se consolida. Surgem Monza Hatch, Sedan 2 e 4 portas, Chevy 500 e Marajó, Kadett e Ipanema, picape D20. Volks aumenta a família Gol com lançamento de Saveiro, Voyage e Parati e inova com o luxuoso Santana e sua versão SW, a Quantum. Fusca sai de linha em 1986. Fiat traz Oggi, Uno, Elba, Picape City, Prêmio / Duna e Fiorino. Muitos fora-de-série da Sulam, Envemo, Puma, Bianco e várias outras, incluindo a onda das picapes transformadas. Da Ford vêm Corcel e Belina II, Pampa, Escort e Del Rey. Curiosidade: existiu Pampa e Belina 4 x 4. Política e economicamente, volta a democracia com eleições ainda indiretas em 1985, que elegeram Tancredo Neves. A inflação teve seu ápice em 1989, chegando a 3% ao dia. Depois, muitos anos de recessão. Em 1989, Fernando Collor de Mello é eleito Presidente em eleições diretas.
1991 a 2000 – Novo Santana, Novo Monza, Nova Família Gol e outras reestilizações. Inteiramente novos: Corsa, Omega e Astra. Presidente Collor reabre as importações em 90 e nossas ruas ganham Toyotas, Nissans, Audis, BMWs, Mercedes, Volvos, Mitsubishis e modelos importados pelas 4 Grandes, como VW Golf e Ford Mondeo. Fiat surpreende com Tempra e traz o Tipo da Itália. Ford e VW se unem formando a AutoLatina. Lançam os clones Verona-Apollo e Santana-Versailles. Vários Ford ganham motores AP da VW e alguns VW ganhom CHT da Ford. Começa o divórcio e Logus substitui Apollo, VW Pointer é apresentado e o novo Verona vira um 4 portas mas continua com motor AP. Após rompimento total, Ford lança Focus e Escort Zetec, inclusive SW. VW, por sua vez, nacionaliza Golf, traz linha SEAT espanhola e aventura-se no Turbo com seus 1.0 e 1.8 Turbo. Surge um novo segmento, o das picapes médias, com Mistusbishi L200 e Toyota Hilux importadas. S10, Ranger e outras japonesas vêm a seguir. Fiat lança Marea Sedan e Weekend. Duas gerações de Vectra vem à luz. Mercedes-Benz lança Classe A nacional com muita segurança e tecnologia. Honda Civic e Toyota Corolla tornam-se nacionais. Entre os pequenos, Corsa “2” cresce e Celta vira o novo popular. Presidente Itamar pede volta do Fusca, que retorna de 1993 a 1996. Palio, Palio Weekend e Strada trazem bom design e vendem bem. Siena só emplaca na segunda geração. Ka inova em estilo e Fiesta torna-se o veículo de combate da Ford. Courrier herda consumidores da Pampa.
2001 a 2010 – Década da tecnologia Flex lançada em 2003. Fiat e GM decidem se unir para compartilhar motores 1.8 de 8 e 16 válvulas e transmissões de 5 marchas em vários de seus modelos. Iniciam a parceria nos novos Meriva, Stilo e Montana. Novas marcas se fortalecem: Renault, Peugeot, Citroёn, Mitsubishi, Honda e Toyota. Estas últimas renovam seus Sedans. Honda lança Fit e City. Hyundai se torna um “player” importante. Kia também merece destaque. Terceira geração de Vectra surge com plataforma de Astra. Sedans tornam-se os queridinhos do mercado e Ford arrebenta com o EcoSport. Fiat lança Punto, Linea e Bravo e passa a oferecer câmbio automatizado Dualogic para quase toda a linha. VW Santana e a Quantum se aposentam. Polo e Polo Sedan são lançados como compactos “premium” e agradam. Golf brasileiro se distancia duas gerações do alemão. Jetta / Jetta Variant e Passat / Passat Variant representam a VW no segmento de luxo. Bem como os SUVs Tiguan e Touareg. Porsche inova com SUV Cayenne, Boxter, Cayman e sedan Panamera. Novo Uno aparece para brigar pela liderança de mercado com Gol G5. Chegam primeiros híbridos de luxo pelas mãos de Mercedes e Ford. Década fraca para as picapes grandes, que deixaram F250 reinar praticamente sozinha após saída da Silverado. Década boa para as médias, que ganharam novas opções para concorrer com S10 e Ranger. E chegaram mais perto dos automóveis em desempenho, acabamento e conforto, com câmbio automático e tudo. Troller e TAC fabricam jipes ao estilo do Wrangler americano.
2011 – Bem, a década está só começando e deve ser a década dos chineses e dos coreanos. GM promete revolução completa da linha, Ford promete manter-se global e atualizada, VW empenha-se em manter Gol na liderança. Parati deve aposentar-se e do destino de Golf e Polo nem a própria VW parece estar segura. Sedans devem continuar fortes e com muitos lançamentos nacionais e importados. Peruas minguam e superluxuosos como Bugatti, Koёnigsseg devem continuar chegando. É prometido o Bertin Vorax, superesportivo brasileiro e renovação dos populares, incluindo substituição do Uno Mille, VW menor que Gol, Tata Nano e chineses populares. Coreanos e a japonesa Nissan apostam em compactos mais “premium”. Revoluções? Talvez, pois Eike Batista e a italiana Fiat procuram incentivos governamentais e parcerias para os elétricos.
Ao menos uma coisa é certa: os rumos desta década está em nossas mãos. Cabe a nós exigir produtos eficientes, modernos, seguros, ecológicos e com pós-venda de qualidade!
Fonte: Notícias Automotivas
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